A experiência de mundo de uma surda ao aprender LIBRAS: uma abordagem fenomenológico-existencial
DOI:
https://doi.org/10.12957/epp.2017.34763Palavras-chave:
surdez, fenomenologia-existencial, linguagem, sentido, Merleau-PontyResumo
Frequentemente os diferentes discursos sobre a experiência da surdez partem da perspectiva dos ouvintes, tornando opaca essa vivência tão particular. Esse trabalho pretendeu se aproximar da experiência de se viver no mundo cultural sem a apropriação de uma língua sistematizada. Para tanto, foi realizado um estudo de caso sobre uma surda que aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) já adulta. A coleta de dados deu-se por meio de uma entrevista aberta, mediada por um intérprete voluntário de LIBRAS. A análise da entrevista foi orientada pelo método fenomenológico de investigação de Giorgi e os dados interpretados a partir da perspectiva de Merleau-Ponty. Os resultados foram divididos em dois grupos temáticos: O mundo sem sentido: vazio e solidão e O despertar aos sentidos: "uma nova vida". As vivências anteriores ao domínio de uma língua sistematizada foram descritas como incompreensíveis e vazias, permeadas por dissociações e experiências esparsas. Ao aprender LIBRAS, a entrevistada relata uma mudança brusca na forma como se relacionava com o mundo, começando a perceber sentidos e gestos compartilhados culturalmente. Sugere-se estudos mais aprofundados que investiguem o sensível e a corporeidade na experiência das pessoas surdas. Destaca-se a importância da apropriação da língua sistematizada.Publicado
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