A difusão do câncer de mama em mulheres na mídia impressa

Autores

  • Shirley de Souza Silva Simeão Universidade Federal da Paraíba
  • Maria da Penha de Lima Coutinho Universidade Federal da Paraíba
  • Lidiane Silva de Araújo Universidade Federal da Paraíba
  • Rosane de Sousa Miranda Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.12957/psi.saber.soc.2016.24962

Resumo

DOI: 10.12957/psi.saber.soc.2016.24962

RESUMO: Objetivou-se apreender as representações sociais acerca do câncer de mama em mulheres difundidas pelas mídias impressas, nacional (Folha de São Paulo) e local (Correio da Paraíba). Realizou-se um estudo documental com base em 58 matérias jornalísticas veiculadas em 2012 e 2013. Os dados foram processados por meio da análise padrão no Alceste, a partir da qual identificaram-se quatro classes temáticas. Em geral, os resultados evidenciaram a representação da doença como prevenível, ao mesmo tempo em que focalizaram o caratér fatal da doença. Embora a comunicação midiática seja um importante fio condutor de informações sobre a neoplasia mamária, os resultados indicaram a necessidade de questionar sobre a natureza do conteúdo que é enfaticamente veiculado pelos jornais. Por exemplo, a mídia não apontou a adoção de um estilo de vida saudável como conduta preventiva igualmente pertinente, valorizando hegemonicamente o enfoque médico (realização de exames periódicos). Além disso, ao contrário do que se esperava, a ênfase em notícias com cifras sobre mortalidade e outras considerações científicas pode ter um efeito repulsivo para práticas de autocuidado e detecção precoce da doença, uma vez que a doença fica associada à morte como realidade próxima, contribuindo para cristalizar o estigma associado à representação do câncer de mama. Os achados serviram para explicar a difusão do câncer de mama pela mídia impressa, tornando notória a necessidade de inclusão de pautas de comunicação positivas sobre o tema e, suas possíveis implicações nas práticas de prevenção e cuidado no contexto oncológico.

Palavras-chave: câncer de mama; mulheres; mídia impressa; difusão; representações sociais.

ABSTRACT: This study aimed to identify the social representations of breast cancer in women broadcast by national print media (Folha de São Paulo) and local (Correio da Paraíba). We conducted a documental study based on 58 journalistic articles published in 2012 and 2013. Data was analysed with the software Alceste, using the default procedure, which allowed to identify a corpus organized in four thematic classes. The results showed the representation of the disease as preventable, while focused on the fatal nature of the disease. Although media communication is an important thread of information about breast cancer, the results indicate the need to question about the nature of the content that is emphatically conveyed by newspapers. For example, the media did not point the adoption of a healthy lifestyle as equally relevant preventive conduct, valuing hegemonically medical approach (periodic examinations). Moreover, contrary to what was expected, the emphasis on news to figures on mortality and other scientific considerations may have a repulsive effect on self-care practices and early detection of disease, since the disease is associated with death as close reality, contributing to crystallize the stigma associated with the representation of breast cancer. The findings served to explain the diffusion of the breast cancer by the print media, making evident the need for inclusion of positive communication guidelines on the issue and its possible implications for prevention and care practices in the oncological context.

Keywords: breast cancer; women; print media; diffusion; social representations.

Biografia do Autor

Shirley de Souza Silva Simeão, Universidade Federal da Paraíba

Representante Estadual das Terapias Cognitivas no Estado da Paraíba pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) e professora da pós-graduação em terapia cognitivo-comportamental da FAFIRE (PE). Possui graduação em Psicologia pelo Centro Universitário de João Pessoa (2006). Especialização em Terapia cognitivo-comportamental pela Faculdade Frassinetti do Recife (2008), Formação em Terapia Cognitivo-comportamental na infância e adolescência pela ATC-PE (2012), Mestrado em Ciências das religiões pela Universidade Federal da Paraíba (2010) e Doutorado em Psicologia social pela UFPB.

Maria da Penha de Lima Coutinho, Universidade Federal da Paraíba

Professora Emérita da Universidade Federal da Paraíba. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (1978), mestrado em Psicologia da Saúde pela Universidade Federal da Paraíba (1986), doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2001). Pós- doutorado pela Universidade Aberta de Lisboa, PT.

Lidiane Silva de Araújo, Universidade Federal da Paraíba

Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba. Possui formação (2011) e licenciatura (2009) em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba e Mestrado em Psicologia Social pela mesma instituição (2014).

Rosane de Sousa Miranda, Universidade Federal do Maranhão

Professora da Universidade Federal do Maranhão. Doutora em Psicologia Social (2015) e Mestre (2011) em Psicologia (Psicologia Social) pela Universidade Federal da Paraíba. Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Maranhão (2007).

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Publicado

25.01.2017

Como Citar

Simeão, S. de S. S., Coutinho, M. da P. de L., Araújo, L. S. de, & Miranda, R. de S. (2017). A difusão do câncer de mama em mulheres na mídia impressa. Psicologia E Saber Social, 5(2), 142–155. https://doi.org/10.12957/psi.saber.soc.2016.24962

Edição

Seção

Estudo Empírico