Alguns Rodrigos: relato de viagem sobre a ficcionalização do sujeito

Autores

  • Rodrigo Barbosa Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

DOI:

https://doi.org/10.12957/matraga.2017.30066

Palavras-chave:

Ficção. Autoficção. Autoficcionalização. Linha da ficcionalidade.

Resumo

Este trabalho investiga as fronteiras e interpenetrações entre a ficção e o real (entre verdade e mentira) nas narrativas de si. Observa a distinção aristotélica entre cronistas e poetas; a “literariedade condicional” de textos referenciais e a “literariedade constitutiva” de textos ficcionais, conforme Genette; a divisão de Cosson entre “império dos fatos” e “jardim da imaginação”. Analisa a quebra desta dicotomia pela recepção literária de textos autobiográficos e a provocação trazida pelo conceito de autoficção. Avalia a frequente experiência romanesca contemporânea de transitar entre realidade e invenção. Para análise de textos por este prisma, propõe a ideia de uma “linha da ficcionalidade” e discute os romances Tentativas de capturar o ar, de Flávio Izhaki; Baseado em fatos reais, de Delphine de Vigan; A resistência, de Julián Fuks. Questões sobre a ficcionalização do sujeito, em suas narrativas de vida, são abordadas: a autoficcionalização no cumprimento de seus papéis sociais; a ação do inconsciente nas escolhas narrativas; a invenção da memória. São referenciados autores como Aristóteles, Roland Barthes, Philippe Lejeune, Serge Doubrovski, Mikhail Bakhtin, Gérard Genette, Philippe Gasparini, Silviano Santiago, Eurídice Figueiredo, Evando Nascimento, Manuel Alberca, Anna Faedrich, Rildo Cosson.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.12957/matraga.2017.30066

 

Biografia do Autor

Rodrigo Barbosa, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Jornalista e professor do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). É Mestre em Literatura Brasileira, com dissertação sobre a crônica e o processo criativo dos cronistas, e Doutorando em Estudos de Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi repórter e chefe de reportagem da Folha de S. Paulo. Dirigiu a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage, responsável pela política de arte e cultura de Juiz de Fora. É compositor, com músicas gravadas por diferentes intérpretes, como Milton Nascimento e Zé Renato. O homem que não sabia contar histórias, seu primeiro romance, lançado em 2012, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura.

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Publicado

2017-12-30

Como Citar

Barbosa, R. (2017). Alguns Rodrigos: relato de viagem sobre a ficcionalização do sujeito. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 24(42), 712–730. https://doi.org/10.12957/matraga.2017.30066