Alguns Rodrigos: relato de viagem sobre a ficcionalização do sujeito
DOI:
https://doi.org/10.12957/matraga.2017.30066Palavras-chave:
Ficção. Autoficção. Autoficcionalização. Linha da ficcionalidade.Resumo
Este trabalho investiga as fronteiras e interpenetrações entre a ficção e o real (entre verdade e mentira) nas narrativas de si. Observa a distinção aristotélica entre cronistas e poetas; a “literariedade condicional” de textos referenciais e a “literariedade constitutiva” de textos ficcionais, conforme Genette; a divisão de Cosson entre “império dos fatos” e “jardim da imaginação”. Analisa a quebra desta dicotomia pela recepção literária de textos autobiográficos e a provocação trazida pelo conceito de autoficção. Avalia a frequente experiência romanesca contemporânea de transitar entre realidade e invenção. Para análise de textos por este prisma, propõe a ideia de uma “linha da ficcionalidade” e discute os romances Tentativas de capturar o ar, de Flávio Izhaki; Baseado em fatos reais, de Delphine de Vigan; A resistência, de Julián Fuks. Questões sobre a ficcionalização do sujeito, em suas narrativas de vida, são abordadas: a autoficcionalização no cumprimento de seus papéis sociais; a ação do inconsciente nas escolhas narrativas; a invenção da memória. São referenciados autores como Aristóteles, Roland Barthes, Philippe Lejeune, Serge Doubrovski, Mikhail Bakhtin, Gérard Genette, Philippe Gasparini, Silviano Santiago, Eurídice Figueiredo, Evando Nascimento, Manuel Alberca, Anna Faedrich, Rildo Cosson.
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