Machado de Assis, Lima Barreto e a ‘verdade’ da loucura

Autores

  • Luciana Hidalgo FAPERJ

Palavras-chave:

Literatura, loucura.

Resumo

A comparação entre a novela “O alienista”, de Machado de Assis, e Diário do hospício, de Lima Barreto, revela-se fértil para a investigação de afinidades e diferenças nas perspectivas dos dois autores em relação a um tema relevante para ambos: a loucura. Machado utilizou suporte ficcional para estruturar o perfil do alienista no século XIX, Simão Bacamarte, o símbolo da ciência como poder supremo. Lima escreveu o diário sob emergência, durante sua segunda internação no Hospital Nacional dos Alienados (1919/20), na desprivilegiada condição de paciente psiquiátrico. Cada qual em seu estilo e gênero, eles inverteram a mão do poder ao desqualificarem a autoridade do alienista, levando- o ao ridículo ou denunciando-lhe a arbitrariedade, o abuso, o equívoco. Os autores encontram outro viés na busca da verdade da loucura, investindo contra o saber-poder psiquiátrico que manipulou o personagem louco numa época dominada pela verdade científica.

Biografia do Autor

Luciana Hidalgo, FAPERJ

Doutora em Literatura Comparada pela UERJ (2007) e bolsista de Pós-Doutorado pela FAPERJ. Foi repórter e redatora do Caderno B e da revista Programa no Jornal do Brasil (1990-1995), da revista BRAVO! (1998) e do caderno literário Prosa & Verso no jornal O Globo (2001-2002), do qual é ainda colaboradora. Publicou o ensaio Arthur Bispo do Rosario : o senhor do labirin­to (Rio de Janeiro: Rocco, 1996), com o qual recebeu o Prêmio Jabuti em 1997, e Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura (São Paulo: Annablume, 2008).

Downloads

Publicado

2008-12-30

Como Citar

Hidalgo, L. (2008). Machado de Assis, Lima Barreto e a ‘verdade’ da loucura. Matraga - Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Letras Da UERJ, 15(23). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/matraga/article/view/27891