"A partida da promessa": o rito de luto evangélico e os objetos dos mortos

Autores

  • Andreia Vicente da Silva UNIOEST

Resumo

Nas produções brasileiras sobre o enlutamento predominam estudos de ritual que enfatizam comunicações entre vivos e mortos. De forma diferente, os evangélicos foram apresentados como tendo uma vivência do luto marcada pelo afastamento daqueles que faleceram. Neste artigo pretendo discutir essa versão interpretativa utilizando para tanto as dinâmicas relacionadas aos objetos dos mortos. No caso analisado, os objetos dos mortos são utilizados como instrumentos para a manutenção das relações entre vivos e mortos e para construção de significados relacionados à saciedade emocional dos enlutados. Meu objetivo é demonstrar possibilidades de ritualizações de luto criadas no cotidiano pelos evangélicos através das quais ocorrem reinvenções das fronteiras entre leis e práticas e o abrandamento do luto. Neste ponto, os objetos são suportes especialmente interessantes já que a multiplicidade dos seus usos e a contingência das representações associadas a eles permite re-interpretações e trânsitos entre os significados utilizados pelos atores em questão.

Palavras-chave: Rituais de morte. Objetos. Evangélicos.

Biografia do Autor

Andreia Vicente da Silva, UNIOEST

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pesquisadora de antropologia urbana e religião. Professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

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Publicado

2013-06-10

Como Citar

Vicente da Silva, A. (2013). "A partida da promessa": o rito de luto evangélico e os objetos dos mortos. Interseções: Revista De Estudos Interdisciplinares, 15(1). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/intersecoes/article/view/9409