EU SOU COMO VOCÊ: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO E PRÁTICAS EM NUTRIÇÃO A PARTIR DE BLOGS DE ACEITAÇÃO DO CORPO GORDO

Autores

  • Alana Fernandes Ribeiro Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba
  • Monise Viana Abranches Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba
  • Tatiana Coura Oliveira Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba
  • Raquel Ferreira Miranda Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba
  • Donizete Aparecido Batista Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2017.28704

Palavras-chave:

Obesidade. Saúde. Estigma Social. Capacitação Profissional.

Resumo

O objetivo do estudo foi problematizar o modelo de formação de profissionais de saúde, em especial de nutricionistas, a partir de experiências de vida relatadas em blogs desenvolvidos por e para mulheres acima do peso, segundo o modelo biomédico. Os conteúdos foram abordados pela perspectiva da análise de conteúdo, segundo os critérios de leitura e interpretação propostos por Bardin. Nos blogs, o preconceito é confrontado pelas autoras, sendo o corpo feminino “em excesso” apresentado como “belo e saudável”, e é estimulada a não sujeição à pressão social. O processo de aceitação do corpo gordo pelas mulheres parece acontecer em duas etapas: a primeira, marcada pela dificuldade em alcançar o corpo padrão hegemônico; e na posterior, elas assumem sua condição corporal, acompanhada de uma postura de enfrentamento à estigmatização.Os blogs abrem uma frente discursiva, que se coloca de maneira responsiva diante de uma cultura que estabelece o corpo magro como única forma de constituir as subjetividades femininas. Ser saudável e obeso é um paradoxo na atuação do nutricionista, que, pautada no modelo de promoção da saúde, reproduz o discurso do risco e, consequentemente, a estigmatização social da gordura. Consideramos que a conduta nutricional não pode reforçar a medicalização da vida, devendo o cuidado se subordinar à subjetividade da pessoa e não o contrário, isso porque em anuência com o disposto no material empírico, gordura “não é impedimento” para o sucesso e “não é sinônimo” de infelicidade ou doença.

DOI: 10.12957/demetra.2017.28704

 

Biografia do Autor

Alana Fernandes Ribeiro, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

Núcleo de Estudos em Relacionamento Interpessoal, Saúde e Sociedade. Curso de Nutrição

Monise Viana Abranches, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

Núcleo de Estudos em Relacionamento Interpessoal, Saúde e Sociedade. Curso de Nutrição

Tatiana Coura Oliveira, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

Núcleo de Estudos em Relacionamento Interpessoal, Saúde e Sociedade. Curso de Nutrição

Raquel Ferreira Miranda, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

Núcleo de Estudos em Relacionamento Interpessoal, Saúde e Sociedade. Psicologia

Donizete Aparecido Batista, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Viçosa, campus de Rio Paranaíba

Núcleo de Estudos em Relacionamento Interpessoal, Saúde e Sociedade. Língua Portuguesa

Publicado

2017-08-26

Como Citar

Ribeiro, A. F., Abranches, M. V., Oliveira, T. C., Miranda, R. F., & Batista, D. A. (2017). EU SOU COMO VOCÊ: REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO E PRÁTICAS EM NUTRIÇÃO A PARTIR DE BLOGS DE ACEITAÇÃO DO CORPO GORDO. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 12(3), 575–591. https://doi.org/10.12957/demetra.2017.28704