v. 8 n. 1 (2010): Imaginários

Contemporânea 14

Com interesse em elaborar uma geografia do imaginário, que era uma ambição de Gilbert Durand, iremos analisar formas arquiteturais que dialogam ou que se impõem ao meio ambiente, que se envolvem a favor ou se desenvolvem contra o terreno. Sabemos que o espaço construído revela muitas vezes a cultura e a sociedade que o criou. Percebemos em Lisboa, no bairro da Alfama por exemplo, a adaptação dos portugueses ao terreno, as construções acompanham as curvas do solo. A forma arquitetural está em harmonia com as curvas do nosso planeta. Como oposição, poderíamos citar a arquitetura espanhola que veio se instalar contra a arquitetura e a cultura Maia. Os primeiros se envolvem em harmonia com o terreno, enquanto que os outros desenvolvem um lugar contra, contra a natureza. Não somente cada cultura reage de maneira diferente frente ao terreno, mas também cada época valoriza mais ou menos o meio ambiente, isto também faz parte do espírito do tempo. Os modernos, para citar somente um exemplo, procuravam o progresso industrial, a arquitetura respondia a um futuro melhor e desconhecido. Hoje, com o progresso tecnológico e a facilidade de comunicação e de viagem, a arquitetura perdeu sua dimensão universal, visionária e futurista para responder com sensibilidade a cada programa e a cada terreno, valorizando assim o tocar, o local, o presente.

Publicado: 2010-07-16

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